segunda-feira, 29 de agosto de 2011

"-Amar é perigoso.
- Eu sei disso - respondi. - Já amei antes. Amar é como uma droga. No principio vem a sensação de euforia, de total entrega. Depois, no dia seguinte, tu queres mais. Ainda não te viciaste, mas gostaste da sensação e achas que podes mantê-la sob controlo. Pensas durante dois minutos dela e esqueces por três horas. 
Mas aos poucos, acostumas-te com aquela pessoa, e passas a depender completamente dela. Então, pensas por três horas e esqueces por dois minutos. Se ela não está perto, experimentas as mesmas sensações que os viciados têm quando não conseguem arranjar droga. Neste momento, assim como os viciados roubam e humilham para conseguir o que precisam, tu estás disposto a fazer qualquer coisa pelo amor."
In,Na Margem do Rio Piedra eu Sentei e Chorei, Paulo Coelho

O amor é das coisas mais perigosas com que nos deparamos ao longo da vida. Faz-nos voar, leva-nos o mais longe possível, como se de uma nave espacial se tratasse. Leva-nos ao Sol e leva-nos à Lua. 
Mas também nos faz cair. E quando caímos, não interessa a altura a que nos encontrávamos antes. Entejamos na Lua ou apenas numa montanha, a queda é sempre dolorosa. Mais vale subirmos até à Lua do que nos mantermos em baixas altitudes, já que vamos acabar por cair.
E depois da queda, precisamos de todas as forças que nos restam para nos voltarmos a levantar. E quando finalmente nos levantamos, erguemos connosco uma muralha tão alta que dificilmente alguém a vai voltar a ultrapassar.
E o caminho dessa muralha, o caminho acidentado que se torna necessário ultrapassar, é o caminho para o nosso coração. O caminho é complicado, mas o percurso vale a pena. Só é pena, cada vez existirem menos pessoas dispostas a terem trabalho quando conseguem tudo de ao beijada, mesmo que a recompensa final quando lutamos, seja muito melhor que quando nos oferecem as coisas.

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