sexta-feira, 5 de agosto de 2011

"Take care what you care for"

Com o passar do tempo vamos passando por diferentes fases nas nossas vidas. Uns dias gostamos de umas coisas e dias depois já gostamos de outras, de um dia para o outro aquele que parecia o nosso melhor hábito passa a ser o nosso pior vício, aquilo que pensávamos fazer para o resto da vida, transforma-se em algo que já nem conseguimos fazer, a vida é efémera, tudo está em constante mudança. Nada se cria, nada de destroi, tudo se transforma.
Em cada uma dessas fases acreditamos também em coisas diferentes, mas acaba tudo por ser cíclico, primeiro estamos tristes ou deprimidos, depois vem algo que nos muda, que nos devolve a alegria de viver, mas rapidamente isso acaba e mais cedo ou mais tarde voltamos à fase em que estávamos antes, em que tudo parece estar a correr mal, que a nossa vida não podia estar pior e que está tudo contra nós. Quando chegamos a esse ponto, parece impossível acreditar que vamos voltar a ser felizes com alguém, como se por termos sofrido uma vez, fossemos ficar eternamente sozinhos ou não conseguíssemos voltar a amar, e para fugir desses pensamentos, para fugir do medo de acabar sozinho, vamos acabando envolvidos com quem não devemos, acabamos a perder o nosso tempo e a dar a nossa atenção às pessoas erradas, só para não nos sentirmos sozinhos, na tentativa de quem sabe, sermos capazes de voltar a amar.
Não sou excepção, e eu própria já percorri as três fazes desse ciclo. Quando não conseguia acreditar nas pessoas, quando não confiava em ninguém, aparece alguém que me fez acreditar, me fez feliz e amou como nunca antes tinha acontecido. Fui feliz como já não acreditava conseguir ser, como apenas era em sonhos e pensava que ia ficar assim para sempre. Mas a felicidade rapidamente se foi embora e no seu lugar deixou a abulia, a falta de vontade para tudo.  Foram dias, semanas e até meses envolta nos meus próprios pensamentos, sem deixar que ninguém se aproximasse verdadeiramente de mim. Parecia ser mais fácil apaixonar-me por alguém e ser forçada a esquecer essa pessoa do que deixar que alguém se apaixonasse por mim. As relações metiam mais medo que os próprios desgostos amorosos, e todo o sofrimento que vem sempre com eles.
Finalmente, e como toda a gente devia ser capaz de fazer, voltei a ser eu mesma, mas desta vez não precisei de ninguém para me levantar a cabeça e me fazer acreditar, consegui fazê-lo sozinha. Com a ajuda daqueles que nunca me abandonaram, mas sem ninguém novo, sem precisar de um rapaz para me acordar de novo para a vida. Desta vez vai ser muito mais difícil voltar a ir-me abaixo. Desta vez não vou deixar que me tirem o que sozinha conquistei.
Agora agradeço a minha liberdade e não tenciono abdicar dela tão cedo. É tão bom voltarmos a sentir-nos livres depois de tanto tempo presos a alguém, voltarmos a aproveitar a vida, sair, estar com quem queremos sem problemas. Estar solteira deixou de ser um problema, um motivo de tristeza ou algo que tire a alegria de viver, mas passou a ser um estilo de vida tão bom, ou melhor que qualquer outro.

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