Dreaming out loud

Porque aparecem sempre na pior altura? Como se adivinhassem. Se tivessem um sexto sentido tão apurado ao ponto de descobrirem o momento exacto de fraqueza, o momento em que faz falta ouvir aquelas palavras de apoio. E é nesse momento que se aproximam. Que dizem aquilo que é preciso ouvir, como se conseguissem ouvir os nossos pensamentos.

E no meio da sua inocência elas acreditam. Deixam-se levar por aquelas palavras simpáticas que as ajudam a sair do esconderijo onde nos últimos tempos se havia enfiado e que dificilmente pensavam em sair. Aquelas palavras simpáticas e à primeira vista amigáveis, tornam-se num colete salva-vidas que as trás de novo para a superfície. Que as faz respirar novamente. Mas às vezes aprendem a respirar da maneira errada. Com auxílio de alguém que nem sempre estará presente. E mais cedo ou mais tarde, aquele que julgámos nosso amigo, aquele que nos fez voltar a sonhar e acreditar, demonstra quem na realidade é ou que o realmente queria. E quando menos esperamos acaba por ir embora sem dizer ‘adeus’. Deixando-nos a respirar com dificuldade. Como se tivessem desligado o nosso ventilador pessoal.

E só depois, depois de ele se ter ido embora é que nos apercebemos de como, mesmo sem querer, acreditámos nas suas palavras.

Porque 'Quem cai duas vezes no mesmo erro ou é estúpido, ou gosta de sofrer.’