Ano novo, vida nova

Agora sei que o meu grande problema foi ter achado que te tinha como garantido. Ter achado que tudo aquilo que sentíamos um pelo outro e tudo o que me dizias chegava para nos ter mantido juntos para a vida, como juntos sonhávamos e tu tanto dizias que querias. Agora sei que devia ter feito mais, devia ter vivido mais, devia ter assumido o que tínhamos ao mundo e assim, aproveitado muito mais. Mas não fui capaz, não fui capaz de fazer por ti o que agora fazem, fui fraca e tive medo.

Nunca desisti de ti, acho que mesmo hoje ainda não desisti, ainda sobra uma réstia de esperança que nos possamos vir a reencontrar, mas devia ter-te dado a entender isso. Não me devia ter calado, não me devia ter isolado a partir do momento em que me desiludiste, em que caíste do pedestal no qual te havia colocado ao longo de dois anos.

Agora quando te vejo só tenho vontade de te saltar para os braços e falar. Apenas isso, falar. Contar tudo o que me aconteceu neste tempo afastados, e até como ainda sonho contigo.

Mas tu agora és feliz, feliz sem mim e talvez como nunca foste comigo e tenho que aceitar isso. Continuas a conhecer-me melhor que a maioria das pessoas, aliás, conheces o meu velho eu que graças a ti muito pouco resta dele. Continuas a ser o melhor capítulo da minha vida. É pena só restarem memórias e recordações desses tempos, que sei que ambos guardamos, soube disso quando te vi a olhar para mim no meio de uma das tantas brincadeiras que eram só nossas.

Sei que não fui a única a amar a sério e a aprender com isso, sinto-o, mas é possível amar mais que uma vez e tu, felizmente para ti e para ela, pois sei que és capaz de a fazer muito feliz, descobriste isso primeiro que eu.

Agora é a minha vez. A minha vez de continuar a viver a minha vida, a aproveitar todos os pequenos momentos e continuar a habituar-me a vivê-la sem ti, sem o amigo que eras. Talvez um dia voltes a fazer parte da minha vida, voltes a ser o grande amigo que no meio de tanta paixão eras. Até lá vou continuar a viver à minha maneira. A viver sem o amor que sempre tive para dar e que fugiu quando te foste embora. É tempo de recomeçar, de começar um novo ano, desta vez sem ti!