Dreaming out loud

Mais um Verão quase no fim, e eu, acho que já vai tarde.

Para a grande maioria das pessoas, o Verão é sinónimo de praia e de não fazer nada, para mim que sempre tive pouca paciência para estorricar ao sol e que me chateia estar sem fazer nada, é sinónimo de saudades do Inverno.

Tudo bem que estar uns diazinhos sem ter que acordar cedo e sem grandes obrigações sabem às mil maravilhas, mas esses dias deviam ser repartidos ao longo do ano e não concentrados em três, por vezes muito longos, meses.

Com o frio, vêm muitas vezes os espirros e o nariz a pingar que facilmente se curam e servem de desculpa para passarmos o dia aconchegados e a receber miminhos. Mas e com o Verão? Com o Verão vêm as irritantes picadas de melga que dão uma comichão infernal, e que me adoram, vêm os mosquitos a voar por todo o lado e as baratas que teimam em se cruzarem nos nossos caminhos nas noites mais quente.

É verdade que os melhores concertos e festivais são no Verão, mas não deixava de ter a sua piada assistir aos ditos concertos, bem agasalhados. Pelo menos não tínhamos problemas em parecer que fomos enfiados, sem darmos conta, numa lata de sardinhas e até agradecíamos o calor humano que na altura é capaz de nos deixar de cabelos em pé.

Como eu começo a ter saudades do Inverno...
Dos casacos, dos cachecóis e das botas. Do bom que é andarmos abraçados a alguém e aquecermo-nos mutuamente. De como é bom passar tardes a ver filmes com um chocolate quente nas mãos e um cobertor nas pernas. Do som da chuva lá fora e do cheiro que emana do chão das primeiras vezes que cai sobre ele, do cheiro a infância e memórias. 
E já só faltam mais umas semanas para as folhas começarem a cair…